Mais que uma mudança drástica na aparência, a cirurgia bariátrica oferece qualidade de vida para quem passa por esta intervenção médica. São meses de preparação, consultas, exames e acompanhamento constante para garantir o sucesso do procedimento e a saúde do paciente no pós-operatório.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em 2020, durante o período mais intenso da pandemia, foram realizadas 46.419 cirurgias em planos de saúde privados e 3.772 pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em novembro de 2021, mais de 5 mil pessoas ainda aguardavam na fila para a cirurgia bariátrica no sistema público de saúde no estado de São Paulo.
Nacionalmente, o procedimento começou a ser testado nos anos 70 pelo cirurgião Salomão Chaib, da Faculdade de Medicina da USP, e evoluiu para que, hoje, o Brasil seja o segundo país que mais realiza a intervenção cirúrgica no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Aqui, vamos esmiuçar cada detalhe sobre a cirurgia bariátrica, explicando o que é, quais são os tipos de procedimento disponíveis atualmente, dicas de cuidado para o pós-operatório e como a suplementação com produtos Belt Nutrition é essencial para garantir a nutrição e saúde dos pacientes a longo prazo.
O que é a cirurgia bariátrica?
A gastroplastia, como também é chamada a cirurgia bariátrica, é um conjunto de técnicas de redução do estômago, cujo objetivo é facilitar a redução de peso em pacientes obesos.
O procedimento, que é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina, é capaz de diminuir em mais de 86% a capacidade total de armazenamento do estômago. Enquanto uma pessoa não operada pode consumir até 1,5 L de alimentos, o paciente da bariátrica tem capacidade para apenas 200 ml.
Outro efeito causado pelo procedimento, além da redução significativa do IMC (Índice de Massa Corporal), é a mudança na produção de hormônios responsáveis pela sensação de saciedade. Após a intervenção, é comum que a pessoa operada passe a ter menos vontade de comer, o que contribui para essa perda de peso.
Para quem é recomendada?
A pergunta que não quer calar: “quem pode fazer a cirurgia bariátrica?” Como comentamos acima, o principal público-alvo da cirurgia bariátrica é a população obesa.
A obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal, em quantidade capaz de prejudicar a saúde. Ela é considerada uma doença crônica, que pode ser causada por diferentes fatores, como: compulsão alimentar, sedentarismo, alterações hormonais, instabilidade emocional, predisposição genética, e até pelas condições sociais e econômicas do indivíduo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a intervenção é recomendada para pacientes com IMC acima de 40 kg/m² ou acima de 35 kg/m², caso a pessoa sofra com alguma doença relacionada à obesidade, como diabetes, apnéia do sono e pressão alta.
“Adolescentes podem realizar a cirurgia bariátrica?” Sim, mas desde que sejam cumpridos alguns requisitos. Primeiro, deve ser feito o tratamento clínico, acompanhado por um profissional de nutrição, com mudanças no estilo de vida e na dieta da pessoa.
Só depois de comprovada a ineficiência da abordagem e a necessidade de intervenção, que o paciente é autorizado a realizar a cirurgia bariátrica. De acordo com o Ministério da Saúde, a idade mínima para o procedimento é de 16 anos.
Tipos de cirurgia bariátrica
O avanço da medicina na área de gastroplastia é notável. Durante os anos 80, o cirurgião americano Edward E. Mason, um dos fundadores da Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, foi pioneiro ao explorar técnicas que, atualmente, continuam sendo utilizadas para realizar o procedimento com assertividade e segurança ao paciente.
Aqui, vamos explorar cada um desses métodos de cirurgia bariátrica, explicando como eles funcionam:
Sleeve
Nesta intervenção, 70 a 85% do estômago do paciente é retirado, transformando-o em um tubo estreito. O procedimento não é invasivo para o intestino, que permanece com sua estrutura normal e, por isso, não tem sua absorção de ferro, cálcio, zinco e vitaminas do complexo B prejudicada.
Além disso, um dos efeitos deste processo é a redução da produção da grelina, o hormônio associado à sensação de fome. Esta técnica corresponde a 15% das operações e costuma ser indicada para pessoas com um quadro de obesidade moderado.
Bypass
Este método de cirurgia bariátrica é aplicado em mais de 70% das cirurgias e praticado, principalmente, através do atendimento público pelo SUS.
No Bypass, a capacidade total do estômago é reduzida para 10%, utilizando cortes ou grampos para restringir seu tamanho. O intestino também passa por alterações para preservar a conexão com a região funcional do estômago.
Como os alimentos ingeridos são desviados para o duodeno, a primeira porção do intestino, a intervenção não costuma causar diarreia e desnutrição mas, assim como qualquer outra técnica, o operado precisa de acompanhamento nutricional e, na maioria dos casos, suplementação vitamínica.
Banda gástrica
Esta técnica é menos invasiva que as demais e pode ser revertida, se necessário. Nela, é colocada uma cinta de silicone no início do estômago, com um balão que fica conectado ao órgão.
O dispositivo é interligado a um mecanismo subcutâneo que possibilita inflar o balão, conforme a necessidade de restrição do espaço de armazenamento.
O procedimento reduz em torno 30% o volume do estômago e costuma ser feito em 5% dos casos. O método não é indicado para pessoas com esofagite de refluxo e hérnia de hiato.
Derivação biliopancreática
Assim como a banda gástrica, esta técnica não é muito praticada. Apenas 5% dos procedimentos de cirurgia bariátrica são feitos com derivação biliopancreática.
o retira 85% do estômago e faz o desvio do trato gastrointestinal. Nele, os alimentos ingeridos seguem um caminho e os sucos digestivos (bile e suco pancreático) outro. Eles se encontram somente 1 metro antes de encerrar o intestino delgado.
Apesar de possibilitar um consumo maior de alimentos, nesta intervenção a absorção de calorias e nutrientes é inibida, o que pode resultar em diarreia, gases e deficiência nutricional.
Neste caso, a suplementação com polivitamínicos da Belt Nutrition é essencial para repor as vitaminas e minerais essenciais para o organismo.
Lados bons e ruins da bariátrica
Como qualquer procedimento médico, a cirurgia bariátrica tem suas vantagens e seus riscos. Em algumas técnicas, a operação pode ser bem agressiva para o organismo e, por isso, o assunto exige seriedade e planejamento, tanto do médico responsável, quanto do paciente.
Para não assustá-lo, vamos deixar claro que, segundo informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a taxa de resolução da obesidade é superior a 90%, enquanto a taxa de mortalidade não ultrapassa 0,15%. Ou seja, o procedimento é eficaz e seguro.
Vamos à fundo neste assunto, destacando alguns benefícios e possíveis riscos da intervenção cirúrgica:
Vantagens da cirurgia
É claro que uma das principais vantagens da cirurgia bariátrica é a perda significativa de peso, mas isso não é tudo. Ao sair de um quadro de obesidade, o paciente muitas vezes também consegue solucionar doenças relacionadas ao sobrepeso.
De acordo com a SBCBM, 90% dos pacientes conseguem controlar a diabetes tipo 2, 85% dos casos conseguem reduzir quadros de apnéia do sono, o risco de desenvolver uma doença cardíaca cai em 56% e o desenvolvimento de câncer em 60%.
Outra vantagem está também na melhora dos casos de depressão e ansiedade, já que a cirurgia bariátrica contribui para o aumento da autoestima, melhora da mobilidade física e de outros benefícios sociais e psicológicos para os pacientes.
Riscos da cirurgia
Quanto ao procedimento em si, os riscos estão associados, principalmente, às complicações geradas pelo sobrepeso do paciente, como quadros de embolia pulmonar, sangramento interno, dificuldade para respirar, formação de fístulas e presença de sangue nas fezes e nos vômitos.
Já no pós-operatório, é possível que o operado encontre dificuldades para lidar com as mudanças causadas pela cirurgia bariátrica. Existem situações em que o paciente volta a ganhar peso, sofre com deficiência nutricional ou que projeta o vício por comida em outras coisas, como álcool e drogas.
Em casos de distúrbio alimentar, por exemplo, é fundamental ter o acompanhamento psicológico durante todo tratamento, já que o consumo exagerado está associado aos gatilhos mentais e não às reações fisiológicas.
Como é feita a bariátrica?
Depois de passar por extensa avaliação física e psicológica, inúmeros exames e consultas, chegou a hora de fazer a cirurgia bariátrica. Então, como ela funciona?
Para o procedimento, o indivíduo passa por anestesia geral e fica desacordado durante toda a operação. A técnica escolhida é então aplicada de acordo com suas características; seja em processos invasivos com cortes grandes no abdômen do paciente, ou em pequenas incisões via videolaparoscopia.
Nas intervenções cirúrgicas feitas por câmera, a cavidade abdominal é inflada com gás carbônico para facilitar o acesso dos médicos à região operada. Dependendo da técnica aplicada, a cirurgia bariátrica pode durar entre 2 e 3 horas.
Após o procedimento, o paciente permanece internado entre 36 e 48 horas. É comum que as primeiras 24 horas sejam passadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para avaliação do pós-operatório.
Dá pra fazer cirurgia bariátrica pelo SUS?
Como já deu para notar, a resposta é sim! É possível realizar a cirurgia bariátrica através do Sistema Único de Saúde. Para isso, o indivíduo deve ser atendido na unidade correspondente à sua residência.
Lá, o médico responsável avaliará a necessidade do procedimento e indicará o paciente para a Central de Regulação. Em seguida, o futuro paciente é encaminhado para o Programa de Cirurgia Bariátrica do Ministério da Saúde e entra na fila de espera. Durante o pré-operatório, o candidato passará por avaliação psicológica, nutricional e médica.
Para ser elegível ao procedimento, é preciso ter no mínimo 16 anos de idade, ter IMC igual ou superior a 40 kg/m² ou 35 kg/m² com comorbidades comprovadas em laudo médico.
Preço médio da cirurgia
Para escapar das filas públicas, que podem adiar a cirurgia bariátrica em até 4 anos, muitos optam pelo procedimento através de plano de saúde ou particular.
Além de arcar com os valores dos diversos exames e tratamentos solicitados no pré-operatório, o paciente também pode desembolsar de R$ 20 a R$ 40 mil para realizar a intervenção cirúrgica, dependendo das necessidades do seu quadro de saúde.
A importância do pós-cirúrgico
Os cuidados durante o pós-cirúrgico costumam ser os mesmos para todas as técnicas, mas, é claro, que nos casos mais invasivos a atenção precisa ser redobrada.
Pacientes que realizam a retirada de uma porcentagem do estômago, devem utilizar cinta ou faixa abdominal, de acordo com as orientações do médico responsável pela operação, e cuidar muito para que os pontos não se soltem.
O principal impacto durante as primeiras semanas é na alimentação. O paciente precisa se adaptar à nova rotina alimentar e, principalmente, ao tamanho das porções que deve ingerir. Com o estômago drasticamente reduzido, é preciso diminuir a quantidade de alimento e aumentar a frequência das refeições, e o mesmo vale até para a ingestão de água.
Ao longo dos primeiros 15 dias, o recomendado é que toda alimentação seja feita na forma de líquidos, para facilitar a digestão. Após isso, a textura vai evoluindo até chegar a uma consistência sólida.
É preciso também se atentar a quantidade de esforço feito durante esse período pós-operatório. Como comentamos, é preciso ter muito cuidado com os pontos na região abdominal.
Mas isso não significa que o paciente deve permanecer sedentário. Muito pelo contrário! Caminhadas leves são encorajadas para auxiliar na recuperação e na aplicação de novos hábitos mais saudáveis.
Dicas para um bom pós-cirúrgico
Para ter um pós-operatório mais tranquilo e seguro, aqui vão algumas dicas simples que podem ajudar os pacientes de cirurgia bariátrica. Olha só:
Tenha cuidado com sua alimentação
Como falamos logo acima, a alimentação é uma das principais mudanças resultantes da intervenção cirúrgica. Manter uma dieta balanceada, rica em nutrientes, é fundamental para o sucesso do procedimento, e deve ser encarado como uma prioridade, principalmente no pós-operatório.
Nesta fase de adaptação, é preciso ter acompanhamento regular com nutricionistas e médicos especializados na área. Além da frequência das refeições e tamanho das porções, na maioria dos casos, é indicado algum tipo de suplementação vitamínica, como vamos explicar mais adiante.
Realize os exercícios físicos apropriados
Outra parte do processo de recuperação é a adoção de hábitos mais saudáveis, entre eles, a prática regular de atividades físicas.
Nas primeiras semanas de pós-operatório é preciso ir com calma, uma caminhada diária já ajuda muito. Depois disso, o ideal é contar com a orientação de um preparador físico. O profissional indicará os exercícios apropriados para melhorar o metabolismo, o aumento do gasto calórico e o fortalecimento muscular.
Cuide de sua saúde mental
Já deu para notar que a saúde mental é um dos aspectos mais importantes, tanto no pré, quanto no pós-operatório, né? Isso porque é preciso avaliar como o paciente está lidando com as mudanças físicas, emocionais e fisiológicas que está passando.
Para muitos, a cirurgia bariátrica pode ser frustrante e causar ansiedade, sintomas que, muitas vezes, são um gatilho para o consumo exagerado de alimentos industrializados e ultraprocessados.
Manter o acompanhamento psicológico com um profissional é tão importante quanto cuidar da aparência física e das necessidades nutricionais após o procedimento.
Suplementação alimentar após a cirurgia
Comentamos, ao longo do texto, que um dos efeitos da cirurgia bariátrica pode ser a dificuldade de absorção dos nutrientes pelo organismo, visto que o sistema gastrointestinal passa por diversas mudanças com o procedimento.
Em alguns casos, o paciente pode desenvolver quadros de anemia, deficiência vitamínica e, em situações mais extremas, desnutrição. Para evitar isso, é indicado o uso de suplementação para complementar a nova dieta e garantir o funcionamento pleno de todas as funções do organismo.
O tratamento, é claro, deve ser acompanhado por um nutricionista e médico especialista, e pode ser aplicado por tempo indeterminado.
Melhores suplementos para o pós-operatório
Os principais nutrientes que demandam atenção para os pacientes de cirurgia bariátrica são: cálcio, ácido fólico, selênio, zinco, ferro e vitaminas lipossolúveis como vitamina A, C, D e E.
Para suprir essas necessidades, na Belt Nutrition, você encontra opções de suplementação com fácil absorção pelo organismo. O Belt +23 Soft MAX oferece até 1000% das necessidades vitamínicas diárias, em cápsulas gelatinosas de fácil ingestão.
Além dele, você encontra também uma linha completa para bariátricos com suplementação de Whey Protein, Colágeno, Ômega 3 e Redutor de Odores Intestinais.
Conclusão
Falando em suplementação e sua importância, não só para quem já operou ou pretende realizar a cirurgia bariátrica, mas também para qualquer pessoa que esteja passando por problemas de absorção nutricional; veja o nosso post sobre polivitamínicos e confira tudo o que você precisa saber antes de incluí-lo em sua rotina.
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